Festival de Cannes 2025: confira os indicados

A Riviera Francesa se organiza para receber mais uma edição do Festival de Cannes! Prepare-se para mergulhar no glamour, na polêmica e, acima de tudo, na celebração da sétima arte. Descubra tudo sobre o Festival de Cannes 2025, desde os filmes que estão concorrendo à Palma de Ouro até a rica história que consagrou este evento como o mais prestigiado do cinema mundial.
Neste artigo completo, aproveite para fazer uma viagem pela história do festival e descobrir a lista dos indicados para 2025. Além disso, fique por dentro de sugestões certeiras de filmes premiados em Cannes que você pode assistir no conforto da sua casa pela Reserva Imovision.
Patrimônio cultural da França com seus dois quilômetros que se estendem em paralelo à costa do mar mediterrâneo, a Croisette é uma das principais avenidas de Cannes. Ali, seu calçadão charmoso e ornamentado com belas árvores é palco de um dos maiores festivais de cinema do mundo.
A primeira edição do Festival de Cannes aconteceu no ano de 1946. Mas você sabia que as ideias iniciais para o surgimento da celebração aconteceram oito anos antes, logo após a Mostra de Veneza de 1938? O contexto, claro, era político, pois o pré-guerra já estava dando as suas caras com seu autoritarismo habitual.
Naquela edição da Mostra, sob a pressão de Hitler e seus seguidores, a escolha sincera do júri teve que ser abandonada e o filme de propaganda nazista “Olympia” (dirigido por Leni Riefenstahl) – junto do filme italiano “Luciano Serra, Piloto” (Goffredo Alessandrini) foram premiados com o Copa Mussolini.
Indignados com a decisão autoritária, vários membros do júri de países democráticos – entre eles França e Grã-Bretanha – se retiraram da Mostra, com a intenção de não retornar. E foi justamente na viagem de volta para o território francês que Philippe Erlanger, jurado francês, teve a ideia de criar um evento à altura para substituir a Mostra.
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E é assim que o Festival de Cannes, um dos encontros de cinema mais prestigiados do mundo e palco para exibições inovadoras, surge 8 anos depois, em 1946. Inicialmente, a celebração aconteceria já em 1939, no dia 1 de setembro; é ali, entretanto, que a Alemanha invade a Polônia e a guerra começa – inviabilizando sonhos e destruindo vidas.
Abaixo, viaje sem pressa por alguns dos principais marcos da história do Festival e se deixe encantar ainda mais pela magia do cinema.
Depois de um pós-guerra difícil, cheio de censura e pedras pelo caminho, finalmente a Era de Ouro do Festival de Cannes se anuncia: nos anos 60 e 70, o evento absorveu a inovação da indústria, apostou na liberdade artística dos diretores e produtores e incorporou um caráter mais comercial à premiação, fazendo com que seus prêmios e suas obras se tornassem mais acessíveis ao grande público.
Já na metade da década de 50, foram criados os prêmios Especial do Júri (1954) e Palma de Ouro (1955) – este último, substituindo o Grand Prix du Festival. Em 1959, surgiu o Marché du Film (Mercado de Cinema) com o objetivo de reunir atores, produtores e diretores a fim de facilitar a troca entre vendedores e compradores desse mercado.
Foi também nas décadas de 50 e 60 que surgiu um dos maiores movimentos cinematográficos do mundo: a Nouvelle Vague. Se opondo ao cinema tradicional de grande orçamento, os filmes dessa onda tinham como fio condutor uma arte experimental e autêntica, onde orçamentos pequenos, narrativas não lineares e a visão do diretor tomavam conta da produção.
Os temas sociais e pessoais e o cinema de autor invadiram as telas do Festival da avenida Croisette. Fellini, Buñel, Anselmo Duarte, Antonioni, Glauber Rocha, Tarkovsky e Scorsese são alguns dos nomes que figuraram entre os principais prêmios distribuídos nas décadas de 60 e 70.
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Com a chegada dos anos 80, a globalização também deu as caras em Cannes. Através da própria direção do festival – que, a partir de 1984, passou a ser comandada Pierre Viot – a ideia de dar voz a diferentes países e povos passou a figurar entre um dos objetivos principais do evento. Novos talentos que pudessem se expressar livremente inspiraram um ar ainda mais fresco para a premiação.
Cineastas de outros cantos do mundo – da América Latina até a Ásia – passaram a ganhar reconhecimento internacional e destacar seu cinema. Entre novos cineastas que se consolidaram graças ao reconhecimento de Cannes temos nomes como Spike André Téchiné, Leos Carax, Spike Lee, Jim Jarmusch e Lars Von Trier.
Nos anos 2000, o festival já tinha se tornado uma das maiores atrações de cinema do mundo, impulsionando o mercado cinematográfico e servindo como um dos mais importantes expoentes de novos rostos e estilos.
Com a entrada de Gilles Jacob como diretor oficial do evento, o foco da gestão passou a ser em facilitar o intercâmbio entre os países e em administrar e compreender as mudanças trazidas pelos avanços tecnológicos do novo milênio.
Outra pauta trazida à tona com grande interesse foi a da diversidade. Um mundo em constante mudança e com tantas diferenças culturais evidentes necessita de uma discussão mais aberta e coerente sobre as melhores maneiras de se tornar acessível a todos os povos. E o Festival de Cannes, com toda a sua variedade, não pode ficar de fora.
É importante ter em mente que, diferente do Oscar, Cannes vai além de uma celebração competitiva. Apesar das premiações, ele também conta com aulas, painéis de discussão e debates, fazendo desse evento uma verdadeira celebração do universo cinematográfico.
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Ser selecionado para participar do Festival de Cannes é uma honra e tanto! E o que dizer daquelas produções que ganharam a cobiçada Palma de Ouro? Um feito para poucos. Mas você sabe o que significa ser indicado para concorrer ao maior prêmio do festival?
Inserida em Cannes em 1955, a Palma de Ouro é o prêmio de maior prestígio; ela celebra, justamente, aquela obra considerada a melhor exibida durante todo o evento.
A escolha é feita por um júri composto por cineastas, atores, diretores de fotografia e outros profissionais do cinema que são admitidos por um comitê do festival – a ideia é que cada profissional traga a sua própria perspectiva estética e conceitual para deixar a experiência deliberativa ainda mais enriquecedora e variada.
O prêmio – que leva o formato de um ramo e é fabricado com 118 gramas de ouro de 18 quilates – é entregue ao filme vencedor no último dia da Mostra, simbolizando o talento e a qualidade da obra premiada.
Quais frutos são colhidos por quem recebe a Palma de Ouro? Seu status tem o poder de impulsionar a carreira do diretor e dos atores, além de atrair mais investimento e oportunidades para todos que participaram da produção artística. Em 1962, o Brasil conquistou a Palma de Ouro com o filme “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte.
Mas nem só da tão desejada Palma de Ouro vive o Festival de Cannes. Na história desse grande espetáculo, muitas premiações foram surgindo – cada uma, com seu apelo particular. E é nessa onda que o Grand Prix (em português, Grande Prêmio) surgiu, lá em 1967.
Considerado o segundo prêmio mais importante depois da Palma de Ouro, o Grand Prix costuma premiar aquelas obras consideradas mais inovadoras, ousadas e originais. Quer alguns exemplos?
Em 1972, “Solaris”, dirigido pelo cineasta soviético Andrei Tarkovsky, levou o prêmio. Três anos depois, em 1975, foi a vez do alemão Werner Herzog conquistar o desejado segundo lugar com “O Enigma de Kaspar Hauser”. Já na década de 2000, filmes como “A Professora de Piano” (2001, Michael Haneke) e “As Maravilhas” (2014, Alice Rohrwacher).
Conhecido por ser um festival que preza pela inovação e pela experimentação da sétima arte, Cannes faz questão de honrar a visão dos diretores que passam por lá, bem como as performances marcantes das atrizes e dos atores que dão vida aos filmes das mostras.
Não são poucos os nomes que ganharam reconhecimento do grande público e um impulsionamento em papéis pelos prêmios recebidos em Cannes. Do surgimento do diretor Michael Haneke à aclamação de atrizes como Juliette Binoche, Isabelle Huppert e Sophia Loren, as glórias da Croisette seguem impactando gerações.
O 78º Festival Anual de Cinema de Cannes já começou! Em 2025, ele acontece do dia 13 ao dia 24 de maio e tem como presidente do júri da competição principal a incrível Juliette Binoche – atriz francesa conhecida por filmes como “A Liberdade é Azul” (1993, Krzysztof Kieślowski), “Cópia Fiel” (2010, Abbas Kiarostami) e “High Life” (2018, Claire Denis).
Já a Palma de Ouro Honorária – uma premiação não competitiva concedida a diretores e atores com um trabalho consistente e inovador – de 2025 será destinada a Robert De Niro durante a cerimônia de abertura do festival, que terá como anfitrião o ator francês Laurent Lafitte.
Outro fato interessante é que o nosso país foi o escolhido para ser o homenageado da 78ª edição do festival e será o anfitrião da cerimônia de abertura. Chique, não é mesmo?
No dia 10 de abril, o Festival de Cannes anunciou os filmes selecionados para a competição principal, onde 21 filmes competem pela Palma de Ouro. E para a alegria dos brasileiros, um filme nacional faz parte da lista!
“O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado pelo queridinho dos brasileiros Wagner Moura, é uma das estreias que serão exibidas entre os dias 13 e 24 de maio. Também fazem parte do elenco nomes como Maria Fernanda Cândido e Alice Carvalho.
O enredo, ambientado na década de 70, conta a história de Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que resolve voltar a viver em Recife, mas descobre que a cidade pacata das suas memórias não é mais o refúgio tão aguardado.
Este é o terceiro filme de Kleber Mendonça que concorre à Palma de Ouro. Dentro da premiação oficial, já desfilaram pela avenida Croisette os longas “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019).
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Outro título aguardado é o novo filme de Wes Anderson, “The Phoenician Scheme”. Conhecido por obras como “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001) e “O Fantástico Senhor Raposo” (2009), desta vez o diretor americano aposta em uma história de espionagem que se passa nos anos 40.
Com Benicio Del Toro no papel principal, “The Phoenician Scheme” ainda conta com nomes como Willem Dafoe, Mia Threapleton, Michael Cera e Charlotte Gainsbourg. Nos cinemas brasileiros, o longa deverá fazer sua entrada triunfal em 29 de maio.
Para os amantes das produções da produtora A24, um novo filme de Ari Aster está na área! Sucesso entre os adoradores do gênero terror, Ester dirigiu os icônicos “Hereditário” (2018) e “Midsommar” (2019) e vem despertando curiosidade com “Eddington”, seu novo empreendimento.
Estrelando Emma Stone e Pedro Pascal, a trama de “Eddington” ainda não tem muitos detalhes. O que sabemos até o momento é que o longa acompanha um casal em uma cidade no interior do Novo México e possui ares de faroeste pós pandêmico. Será que vem aí mais um clássico cult?
Outros 18 filmes ainda competem na lista oficial de Cannes. Confira abaixo os títulos e seus respectivos diretores:
Além da famosa Palma de Ouro, outras sessões também são aguardadas com entusiasmo pelos profissionais do audiovisual e pelos cinéfilos de plantão. É o caso da sessão paralela Un Certain Regard (em português, Um Certo Olhar).
Criada em 1978 com o objetivo de fomentar o reconhecimento internacional de obras com estilos inovadores e visões únicas, a mostra Un Certain Regard conta com a exibição de 20 filmes originais. Apenas em 1998 a seleção passou a contar com uma premiação própria.
Neste ano, entre os filmes exibidos na mostra, teremos a estreia de Scarlett Johansson como diretora com o longa “Eleanor The Great”. Outro ator que resolveu dar as caras nesta nova posição é Harris Dickinson (“Babygirl”, 2024), com a produção “Urchin”.
Mas nem só da competição oficial se faz Cannes. A lista de filmes que não estão concorrendo a nenhuma premiação, mas tem a sua exibição garantida (e aguardada) durante o festival é grande.
A abertura do evento contará com a exibição do longa “Partir un jour” (2021), da cineasta francesa Amélie Bonnin. Já entre as grandes produções que vão fazer a sua estreia mundial durante o mês de maio na cidade francesa, estão “Missão Impossível: O Acerto Final” – com Tom Cruise – e “Highest 2 Lowest”, um remake do “Céu e Inferno” (1963) de Akira Kurosawa dirigido por ninguém mais ninguém menos que Spike Lee.
O Festival de Cannes tem buscado se esforçar para aumentar a diversidade – de países, gêneros e culturas – em suas mostras, competições e também no próprio júri do evento.
Depois de receber de forma constante críticas questionando a pouca representatividade de grupos de fora do status quo artístico, alguns programas e ações para promover a equidade e acessibilidade foram implementadas pela direção.
Entre elas, podemos destacar a doação de entradas gratuitas para profissionais de locais diversos e também a criação de espaços para debater temas sociais, como a diversidade e a representatividade racial.
Na mesma medida, diretores de diferentes nacionalidades e a inclusão de filmes de países como Irã, Nigéria e Brasil vem se fazendo presentes na programação de Cannes. O curta-metragem brasileiro “Samba Infinito”, do diretor Leonardo Martinelli, é um bom exemplo da inserção da cultura brasileira no universo francês.
Apesar disso, há ainda quem se pergunte: será isso o suficiente para diminuir um pouco todos os anos de exclusão sistemática que as culturas periféricas sofreram – e sofrem – nas premiações de cinema pelo mundo?
Cinema de autor: talvez você não conheça a expressão, mas provavelmente já se deparou com a teoria por aí, pipocando inclusive na televisão da sua casa. No Festival de Cannes, ela está presente com força!
Esse conceito, criado na França no final da década de 40, é utilizado para se referir a um cinema menos comercial onde o diretor é o maior criador por trás da produção do filme. É a sua visão artística – seu estilo e suas temáticas – que dão o tom para o conjunto da sua obra, onde o foco é a expressão pessoal do cineasta.
Cannes, conhecido como um espaço que dá visibilidade a filmes mais experimentais e ousados, tem o cinema de autor centralizado na sua tradição. São exibidos filmes independentes, sociais e autorais que levam nomes como Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Pedro Almodóvar e Werner Herzog.
E assim também é a Reserva Imovision! Especialista em levar ao público cinéfilo o melhor do cinema independente e autoral, a plataforma traz o filme de autor como uma das melhores opções para quem quer explorar mais de perto a experimentação que a sétima arte permite.
Ficou ainda mais interessado no Festival de Cannes e na importância que essa celebração tem para a história do cinema? Então talvez seja hora de ver (ou rever) aqueles clássicos que já passaram pela festividade francesa e fizeram a cabeça de muita gente.
Na Reserva Imovision você encontra filmes icônicos lançados, exibidos ou premiados em Cannes. Quer alguns exemplos? Olha só essa lista mais do que especial!
Preparado para começar a sua maratona pela avenida Croisette?
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Por ser uma plataforma focada no cinema independente, a curadoria da Reserva Imovision é feita cuidadosamente – com um olhar aguçado para fazer uma seleção que mistura com maestria filmes clássicos, experimentais, premiados e autorais.
A relevância do Festival de Cannes vai para além dos louros recebidos pelos próprios profissionais do cinema que participam do evento. Essa celebração anual também é uma ótima forma para o público amante do audiovisual descobrir novas obras e talentos mundiais – vozes diversas e sensíveis dos quatro cantos do planeta.
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Anual, o Festival de Cannes é realizado na cidade francesa que lhe dá o nome e é considerado um dos maiores eventos da indústria cinematográfica, atraindo diversos profissionais do ramo. Conhecido principalmente por sua premiação principal – a Palma de Ouro –, ele também conta com diversas mostras e sessões de debate.
Para participar do festival é preciso ser um profissional da indústria cinematográfica e obter o credenciamento do evento.
Criado em 1938 com o nome de Festival Internacional de Cinema, o evento foi rebatizado em 2002 para Festival de Cannes com o objetivo de refletir a localização da cidade em que acontece.
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