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Coleção Grandes Diretores de Cinema na Reserva Imovision

Juliette Binoche em A Liberdade é Azul, de Kieślowski

Do silêncio expressivo ao frenesi das cores, a genialidade de um diretor de cinema transcende a tela, eternizando histórias e emoções. Mesmo assim, por que ainda é tão difícil encontrar filmes de grandes diretores de cinema nas plataformas de streaming?

Com uma curadoria limitada e uma diversidade autoral escassa, os streamings convencionais desapontam quando o assunto é uma seleção mais cuidadosa de nomes icônicos da cinematografia. É também com o propósito de preencher essa lacuna que a Reserva Imovision aparece!

Contando com uma coleção exclusiva de filmes de grandes diretores, a plataforma Reserva Imovision busca proporcionar uma verdadeira imersão na história e na arte do cinema – desejo de todo amante do cinema!

Afinal, o que faz um diretor de cinema?

Mas antes de mais nada: você sabe exatamente o que faz um diretor de cinema? Quais são as suas funções nessa grande empreitada que é criar, do zero, um filme em carne, osso, sons, cores e personagens?

De modo geral, podemos dizer que o papel do diretor de cinema é coordenar toda a produção do filme – do roteiro até a edição final, aquela que vai prontinha para as salas de cinema. 

É ele quem revisa (e, muitas vezes, desenvolve) a concepção da história e os personagens, fazendo com que a narrativa entregue exatamente aquilo que é desejado. No processo da produção, suas funções são muitas: ensaiar com os atores, definir os planos e o enquadramento, decidir pela estética como um todo (o painel de cores, a iluminação, o figurino).

Depois de filmado, o filme ainda passa pela pós-produção – outra etapa em que o papel do diretor é fundamental. É nesse momento que acontece a montagem da produção, a adição da trilha sonora e o ajuste de cores e efeitos especiais; tudo é acertado para que o resultado final fique alinhado com a visão artística do diretor.

O objetivo é entregar ao espectador uma obra completa, com identidade visual e narrativa de acordo com a visão autoral de cada diretor. Afinal, não podemos esquecer que um dos aspectos mais interessantes do cinema consiste na construção feita pelo próprio diretor das suas obras em uma unidade consistente e única.

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A evolução da direção

Desde o surgimento do cinema, os diretores desempenha um papel fundamental na concepção e realização da obra cinematográfica. As suas responsabilidades, claro, vão se adaptando com a mudança de estilos culturais, a introdução de novas tecnologias e os objetivos de cada realização – algumas voltadas ao grande público, outras compreendidas como experiências de nicho.

Nos primórdios do cinema, o diretor era o principal responsável por realizar o filme do começo ao fim. Em um mundo onde essa nova arte estava surgindo, era preciso fazer uma grande aposta: da escrita do roteiro, passando pela produção e chegando na montagem do filme, era o próprio diretor quem determinava a sua existência.

Com o passar das décadas e a arte do cinema cada vez mais aceita e firmada, a equipe por trás de cada produção passou a crescer e o diretor passou a cumprir funções mais delimitadas – apesar de sempre seguir como a figura responsável pela fiscalização de todo o trabalho e dos seus resultados.

Além da maior liberdade para escolher os aspectos da criação que os interessam mais, hoje em dia os diretores de cinema também possuem a evolução tecnológica a seu dispor: com câmeras de alta resolução, técnicas de pós-produção inovadoras e computação gráfica avançada, o céu é o limite.

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A importância dos grandes diretores

Quando pensamos no cinema e na sua importância, muitas vezes somos remetidos quase que automaticamente para alguns dos nomes dos grandes diretores que fizeram e fazem parte da sua história. Isso, claro, não é por acaso. 

Por trás de uma história bem contada, de uma fotografia marcante, de uma estética inusitada, de um filme que fica martelando em nossa mente tem alguém fazendo o incansável trabalho de direção. É o diretor quem coordena e agrupa todas as características que resultam em um bom filme – ou, ao menos, em um filme difícil de esquecer.

O western inovador de John Ford, a comédia como crítica social de Jacques Tati, a versatilidade criativa de Orson Welles, o experimentalismo documental de Agnès Varda, a estética transcendental e poética de Andrei Tarkovski, o estruturalismo detalhista de Chantal Akerman: poucas linhas, alguns dos diretores que retrataram a cultura e a sociedade como ninguém em diferentes épocas.

Grandes diretores da Coleção Reserva Imovision e seus legados

No streaming da Reserva Imovision, você tem acesso a um catálogo diferenciado feito com uma curadoria cuidadosa e selecionada. A finalidade é uma só: entregar ao espectador o melhor do cinema autoral, independente e mainstream. 

E foi pensando nisso que a plataforma criou a seção Grandes Diretores, com uma coleção de filmes dedicada a nomes elogiados da direção cinematográfica mundial – são mulheres e homens de diferentes países com seus estilos próprios mostrando a diversidade estética, narrativa e cultural do cinema. 

Vamos conhecer alguns?

Coleção Krzysztof Kieślowski

Marcante, político e existencial: quem já viu um filme de Krzysztof Kieślowski não sai da experiência incólume. Com uma carreira de quase três décadas, o diretor – nascido em Varsóvia em 1941 – participou do movimento realista do cinema polonês que se preocupava sobretudo com questões morais e sociais complexas.

Seus primeiros trabalhos são documentários e, aos poucos, o diretor para a ficção, embora a estética ainda acompanhe o caráter documental e a temática política mantenha sua centralidade – como podemos observar no longa “Blind Chance” (1987). 

Mas é com uma série de filmes produzidos diretamente para a televisão polonesa chamado Decálogo (1988) que Kieślowski conquista sua entrada na fama; inspirada nos Dez Mandamentos, a série conta com dez filmes que abordam cada um dos mandamentos e trazem profundos conflitos morais.

Com o sucesso, dois desses filmes foram transformados em longas-metragens: “Não Matarás” e “Não Amarás”. Com poucos diálogos e muito enfoque no enquadramento das cenas e suas cores, o diretor polonês cria obras de arte para serem apreciadas sem pressa ou expectativas.

Seus últimos quatro longas-metragens tiveram produção francesa: “A Dupla Vida de Véronique” (1991) e a famosa Trilogia das Cores, que toma as cores da bandeira da França e o lema da Revolução Francesa (“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”) como ponto de partida: “A Liberdade é Azul” (1933), “A Igualdade é Branca” (1994) e “A Fraternidade é Vermelha” (1994).

E são esses últimos quatro filmes que você encontra na plataforma da Reserva Imovision!

Coleção Michael Haneke

Quem conhece a obra deste diretor austríaco pode atestar: suas obras não são para qualquer um. Inquietantes, filosóficos e muitas vezes desconfortáveis, os filmes de Michael Haneke costumam contar histórias com premissas simples e sentimentos complexos – na maior parte das vezes permeados por um mal-estar coletivo perante a vida no mundo moderno.

Para isso, o diretor se utiliza de uma bela fotografia, atores experientes, roteiro impecável e imagens diretas, mas sensíveis. Filmes como “A Professora de Piano” (2001), “A Fita Branca” (2009) e “Amor” (2012) figuram entre os destaques premiados de diversos festivais de cinema pelo mundo.

Na Reserva Imovision, além dos três títulos citados acima, você também encontra o impactante “Violência Gratuita” (1997), seu segundo e seu terceiro lançamentos chamados “O Vídeo de Benny” (1992) e “71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso” (1994), a obra-prima “Caché” (2005) e o filme francês “Código Desconhecido” (2000).

Coleção Lúcia Murat

Não há como falar da obra de Lúcia Murat sem pensar em sua biografia. Nascida em 1948 no Rio de Janeiro, filha de pai médico e estudante de economia, Murat participou ativamente do movimento estudantil; com a instauração do AI-5 em 1968, a cineasta brasileira entrou para a luta armada integrando o Movimento Revolucionário 8 de Outubro.

Em 1971, Murat foi presa pelo regime e encarcerada por três anos e meio na vila militar e no presídio Talavera Bruce (no RJ). Ali, conforme relatou diante da Comissão da Verdade, sofreu os mais diversos tipos de tortura: pau de arara, eletrochoque e espancamentos estavam entre as opções mais populares do seu dia a dia.

Liberta, Lúcia conseguiu retomar os estudos e se formou em Economia. Ao invés de exercer a profissão, ela escolheu outro caminho: trabalhar com audiovisual. Em 1980, passou a voltar seus esforços ao cinema. Entre documentários para a Bandeirantes e a TV Educativa, passou a dirigir longas também ficcionais.

Sua ficção, entretanto, nunca foi para muito longe da realidade vivida – o cinema, como sabemos, nos faz ver com outras perspectivas aquilo que já esteve diante de nossos olhos. Tendo a memória como ponto de partida, Murat lança o longa “Que Bom Te Ver Viva” (1989), um compêndio de relatos, histórias e lembranças dos seus anos de presa política.

Com o filme “Quase Dois Irmãos” (2004), a diretora leva os prêmios de Melhor Filme Ibero-Americano do júri oficial e de Melhor Filme do júri popular no Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata. Também tendo a ditadura como pano de fundo, o filme retrata o poder da desigualdade social e os seus reflexos inclusive dentro da luta ideológica. 

Entre outras produções premiadas que não nos deixam esquecer dos anos de chumbo, podemos destacar “Uma Longa Viagem” (2011) – vencedor do Kikito de Ouro do Festival de Gramado –, “A memória Que Me Contam” (2013) e o mais recente “O Mensageiro” (2023).

Ficou interessado no cinema político dessa grande representante brasileira da sétima arte? Vem pra Reserva Imovision desfrutar da Coleção Lúcia Murat!

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Coleção Hector Babenco

Em 2003 um longa-metragem argentino-brasileiro chegava aos cinemas para chocar e emocionar várias gerações: “Carandiru”, baseado no livro Estação Carandiru (1999) do médico Drauzio Varella, narra a realidade crua e dura do maior presídio da América Latina. 

Impactante e destemido, o filme também aborda o massacre ocorrido no local em 1992, que culminou na morte de 111 prisioneiros – 102 deles assassinados pela polícia. Para a realização de Carandiru, muitos prisioneiros do presídio participaram como atores, e o realismo a la Cinema Novo fez sucesso. Bastante sucesso: 4,5 milhões de espectadores foram aos cinemas para prestigiar a obra.

Por trás dessa empreitada, estava a figura de Hector Babenco. Argentino naturalizado brasileiro, o cineasta já vinha há muito fazendo um trabalho louvável no audiovisual. 

Em 1980, dirigiu o incrível “Pixote, A Lei Do Mais Fraco”, longa imprescindível para quem deseja se aprofundar um pouco mais no cinema brasileiro através de um grupo de meninos sem casa que vivem pelas ruas de São Paulo.  Em 1984, “O Beijo da Mulher Aranha”, sua primeira produção internacional, deu a William Hurt o Oscar de Melhor Ator, além da sua própria indicação como Melhor Diretor. 

Com notável tendência aos dramas sociais, Babenco fazia dos seus filmes exemplos de como contar uma história sem apelar para pretensas salvações simples ou artimanhas redentoras. Tudo era cru, mas sensível. No site da Reserva Imovision você conhece esses e outros trabalhos de Hector Babenco.

Coleção Satyajit Ray

Um dos cineastas mais reverenciados do mundo, Satyajit Ray traz a realidade social e cultural da Índia entrelaçada em questões existenciais mais individuais. A união do contexto histórico do país com o universo doméstico é um dos temas recorrentes em suas obras – o mundo, a casa e seus vínculos, nem sempre visíveis.

Sua estreia no cinema, em 1955, não passou batido. Com o longa “A Canção de Estrada”, Satyajit Ray iniciava a famosa “Trilogia de Apu”, completada mais tarde com o “O Invencível” (1956) e “O Mundo de Apu” (1959). 

Da infância com a família camponesa na zona rural da Índia, passando pelos anos de estudo em Calcutá e chegando na juventude como um aspirante a escritor, acompanhamos a trajetória de amadurecimento de Apu no início do século 20. Um drama influenciado pela literatura bengali e pelo cinema europeu, a trilogia também guarda aspectos claros da tradição teatral indiana.

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No seu período mais maduro, Satyajit Ray explorou de forma delicada a questão do papel da mulher na sociedade indiana, bastante patriarcal. Esse também foi o jeito que o cineasta encontrou de mostrar as contradições e tensões da sua própria cultura

Notamos essa tensão de forma mais nítida em longas como “A Esposa Solitária” (1964), “A Casa e O Mundo” (1984) e “O Estrangeiro” (1991).  Na Reserva Imovision você encontra ainda outras obras desse grande diretor como “O Deus Elefante” (1979), “O Herói” (1966) e “A Grande Cidade” (1963).

Coleção Kore-eda Hirokazu 

Em 2018, estreou o filme “Assunto de Família”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e ganhador da Palma de Ouro de Cannes. A história mostra um pouco da vida da família Shibata, que sobrevive com pequenos furtos. Apesar de pobre e sem perspectiva, os integrantes desse clã parecem, à primeira vista, felizes. Tudo muda quando uma criança rejeitada pela própria família é acolhida pelo grupo.

Com essa premissa e reflexões profundas sobre a desigualdade social no Japão contemporâneo, o papel da mulher naquela sociedade e, claro, o poder (e as dificuldades) das constituições familiares, Kore-eda Hirokazu tornou-se um dos cineastas japoneses mais cultuados.

Em “Monster”, seu filme mais recente lançado em 2023, Hirokazu continua perseguindo conflitos familiares e as dificuldades que a vida contemporânea nos reserva – em casa, na escola, nas relações sociais, nas burocracias. 

Mesclando drama e mistério, o filme trabalha com a frustração (dos personagens e do espectador) – característica que o diretor sabe aproveitar como ninguém através de ângulos de câmera oblíquos e recortes decididos. É também parte do seu cinema não se ater nem ao pessimismo exagerado, nem ao otimismo sem nuances — coisa que fica clara em Monster.

Na plataforma da Reserva Imovision você encontra tanto “Assunto de Família” quanto “Monster”, além de alguns filmes anteriores de Kore-eda Hirokazu. Uma coleção de obras para apreciar o cinema japonês de agora e apreciar o estilo contemplativo de um dos maiores expoentes da cinematografia mundial.

Coleção Christian Petzold

O cinema alemão já passou por várias fases. Da metade dos anos 1990 em diante, a tendência artística que se firmou passou a ser chamada de Escola de Berlim, um movimento contemporâneo inspirado, em última instância, na estética e na temática do Cinema Novo Alemão.

Integrando os principais diretores de cinema que fazem parte dessa tendência temos Christian Petzold. Graduado em Cinema, fez sua estreia em 1995, com o longa-metragem “Pilotinnen”, um trabalho de conclusão do curso universitário em Berlim.

Com histórias envolventes e uma fotografia bem característica, o diretor alemão foi cinco vezes vencedor do prêmio de Melhor Filme da German Film Critics Association, além de ter sido selecionado inúmeras vezes para participar do Festival de Berlim.

Seus filmes, geralmente melodramas, buscam retratar personagens passivos que se veem obrigados a se adaptar frente a um mundo em constante transformação – não é à toa que a Escola de Berlim tenha surgido após a queda do muro de Berlim no final da década de 80.

Junto dessa temática com um viés político e social no seu interior, Petzold também se interessa constantemente pela dualidade entre a vida e a morte. Isso fica claro nas obras “Fantasmas” (2005), “Yella” (2007), “Barbara” (2012) e “Afire” (2023) – este último, seu mais recente filme.

Explore a coleção Christian Petzold.

A Reserva Imovision: um espaço para os amantes do cinema autoral

Em 1987 surgia no Brasil a Imovision, uma distribuidora de filmes focada em oferecer ao público brasileiro obras de qualidade, independentes e autorais, muitas delas premiadas em festivais de cinema (como Cannes, Berlim e Veneza). Até o ano de 2019 foram mais de 500 filmes distribuídos pelos cinemas do país.

Em abril de 2021, a distribuidora resolveu levar essa mesma qualidade de serviço para o universo dos streamings. O objetivo? Ter um espaço honesto, acessível e intuitivo com uma curadoria de filmes cult – dos grandes clássicos aos títulos fora do mainstream.

Assim nasceu a plataforma Reserva Imovision, comprometida em preservar e divulgar o melhor do cinema independente e a obra de grandes diretores mundo afora.

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Como acessar a coleção Grandes Diretores na Reserva Imovision

Para ter acesso à coleção de filmes de grandes diretores e ao restante do catálogo escolhido por uma curadoria cuidadosa e seletiva, basta entrar no site da Reserva Imovision e escolher o plano de assinatura que mais combina com você.

Por apenas R$ 24,90 por mês, você assina o Plano Mensal; o Plano Semestral sai por R$ 20,81 por mês. Agora, se você está procurando pela melhor oferta, o Plano Anual é para você: são apenas R$ 17,64 ao mês para desfrutar de todos os benefícios da Reserva Imovision e nunca mais ficar sem filmes de qualidade para assistir em casa.

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Além dos lançamentos semanais e da interface amigável, você ainda tem a possibilidade de fazer o download dos filmes para assistir offline!

Mergulhe na história do cinema: conheça a Reserva Imovision

Navegar pelo mundo dos diretores renomados é conhecer um pouco da própria história do cinema enquanto ela se desenvolve. 

Ao assistirmos películas escritas e dirigidas por cineastas que influenciam outras gerações de produtores, conseguimos experienciar mais de perto estilos, temáticas, gêneros e estéticas que constroem movimentos e transformam o universo do audiovisual.

O cinema de autor, por si só, proporciona novas formas de enxergar não apenas a arte, mas também a sociedade – tanto aquela na qual estamos inseridos quanto naquelas que conhecemos de longe.

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